8 de fevereiro de 2013

O que fazer

Imagem - Alfred Gockel

E o que fazer quando as pernas ficam trêmulas 
E o olhar condena o que temos no coração, 
Quando a face queima enquanto as mãos gelam, 
Quando as palavras acabam e o silêncio diz tudo, 
Quando cesam as escolhas. 

O que fazer quando o pensamento voa 
E o devaneio toma conta, 
Quando a razão perde o sentido e o desejo fala alto. 
Quando a saudade tem nome e tudo sem ele é vago. 

O que fazer quando ouvir uma voz acalma, 
E o seu timbre soa como poesia, 
Quando imagina-lo enche de luz o caminho escuro 
E provoca um turbilhão no coração até então brando. 

O que fazer quando um filme pede sua presença 
Ou quando o dia só se completa em seus braços. 
Quando o gosto dos seus lábios não sai da boca 
E o desejo queima mesmo distante. 

O que fazer com os suspiros prolongados 
Ou da cara de entrega resultantes de sua lembrança. 
Quando as regras que deveriam me distanciar de ti 
Mostram-me falha e te aproximam... 

O que fazer com meu ‘não’ que sempre acaba em ‘sim’ 
Ou com minhas recusas que se mostram entregas 
Quando minhas fugas levam-me ao seu encontro 
E a indecisão é a certeza de te querer 

O que fazer com a noite que pede sua presença 
Ou com o dia que traz sua imagem 
Com o sono que não vem 
Ou os sonhos que te trazem. 

O que fazer de meu sorriso se não tem sentido sem o seu. 
Ou dos meus planos que sempre deságuam em seu caminho 
O que fazer de mim se insisto em querer apenas você 
E ainda assim te distancio...

Imagem - Alfred Gockel

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