24 de junho de 2013

Faço Versos (Autor: Isac Alexandre dos Santos)

Imagem site The Nuts Net.


Faço versos

Mas não sou poeta
Fazendo de pontos
Virgulas, o que para alguns e dor
outros enxergam esperança amor

Ventos sulinos
Que mexem com as emoções de homem
Ou simplesmente menino
Querendo Sutilmente saber
Onde mora você

É felicidade, sou como qualquer um
Por que me tratas com tal parcialidade
E sozinho sinto mais mais uma vez
O vento frio sem esperança
Sem a felicidade desejada.



Autor: Isac Alexandre dos Santos

Quem sou?


Imagem Google Imagens

Queria saber afinal, quem é essa massa que me forma!
Mas as respostas ainda são vagas
Empurram-me para um lado
Desfazem em correria e delongam em retornar.

Não sou apenas eu! Todos correm contra o tempo 
Em busca das respostas que se corrompem
Ignoram assim muita coisa...
E nesse meio tempo inteiro, perco-me cada instante mais

Desconheço minha essência, meus desejos
E até meus valores se confundem em minhas escolhas!
No fundo não sou apenas essa que salta aos olhos 
Sou também um mostro que assombra o íntimo

Da doçura a mais amarga sensação 
Entre o limite do amor e o ímpeto do ódio
Sou uma busca errante da perfeição
O desalinho entre o início e a fronteira de um ser.

Em busca de conclusões insaciáveis
Na corrente insana por essa sobrevivência ingrata
Fico assim no silêncio, entre dúvidas e incertezas.
Morro a cada instante tentando apenas viver o segundo.

Imagem Karol Bak

Sou eu ou é você?

Imagem site HD Wallpaper of Girls
Não é o seu cheiro, sua voz
Sua aparência ou seu jeito
Não são seus gostos
Nem teu modo de pensar

Não é sua vida, sua casa ou suas escolhas
É uma imagem, um desejo que criei
É um sonho ausente que persiste
Em acordar em mim

É minha própria mente idealizando
Isso que chamo de amor
E fazendo você de figura
Sustentando o vicio da dor

Não é a matéria que você alimenta
Nem os músculos que exercita
É a forma que eu desenho
A voz que recrio, os passos que eu dito

Esse você que eu amo
É muito mais eu
É meu desejo personificado
Usurpando a imagem que teus traços desfilam

É sonho de pernas curtas
Que sempre acorda em tua porta
Morre nesses olhos seus
Que só existem mesmo em mim

Nessa verdade crua
Que esmaga meu sonho ardente
Que te leva, te arranca
Acorda-me, desfaz

Não são suas escolhas
É minha vontade posta em prática
Em pleno exercício
Desse meu desejo insano

Dessa loucura fascinante
Que faz-me propriedade de mim mesma
Sem ainda me poder dar, nem ter
Não é você. Sou eu.


Imagem Alcínio Vicente

14 de junho de 2013

O Caderno



Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...(2x)


Composição: Toquinho / Mutinho


7 de junho de 2013

Inquietação

Imagem James Tissot III

...Foi ai que me dei conta do quanto estava apaixonada

O telefone não soava e a mensagem não chegava...
Enfim quando chegou, a frieza exposta nas palavras
Tão diferentes das normalmente proferidas
Feriam a alma, pareciam como estocadas
E o silêncio amargou de uma forma torturante
Tendo ainda como agravante, meu cruel inimigo, a Distancia.
Eu não podia sair correndo ao seu encontro
Ligar desesperadamente em todos seus telefones
Ou lhe bater a porta como talvez faria.

Imaginar toda essa distância que nos separa
Foi torturante e o desespero tomou conto outra vez
Ao imaginar as possíveis causas da sua falta de palavras
Era medo. Algo acontecia e eu não o podia proteger.
As mãos começaram a soar e a cabeça não parou dali em diante
Apenas meu corpo estava ali, a mente e o coração vagueavam
Insistiam em vão em ir de encontro a um outro alguém.
Foram horas castigantes, e o tempo mal passava

Cada segundo marcava de forma abrasadora
O que ainda restava de mim
Não era aqui onde queria estar, não era onde eu devia
Outra vez vieram-me a mente todo o espaço tempo
Que existia entre nós, confesso que houve medo,
Medo dos pensamentos que assolavam minha mente
E faziam-me tentar desistir quando o que eu mais queria
Era sair daqui correndo e ir ao encontro dele
Curar as possíveis feridas e silenciar de vez o que lhe causava mal

Cortava de forma profunda
Convencer-me que o muito que podia fazer
Era sentar e esperar o tempo passar, 
A inquietude, refletia-se nas pernas
Que assim como eu, não se acalmavam, não podiam.
A preocupação fazia-se senhora

Enfim um sinal... O peito agita e a euforia toma conta
Suas palavras exalam uma amargura contra sim mesmo
Como se lutasse contra sua própria mente, contra esse interior
Que insiste em tentar nos derrotar,
Sei que minhas palavras são poucas e
Sinto-me ainda mais frágil diante da veracidade disso.
Nada posso fazer... se ao menos o pudesse dar um abraço,
Talvez assim calaria esse aparente monstro que te rouba o sossego

Meu coração ainda está doendo muito,
Assola minha mente perguntas castigadoras,
São interrogatórios que faço a mim mesma 
Tentando entender o que se passa em sua mente
Aqui já o perdoei centenas de vezes, o que julgo nem ser necessário

O problema é que sua dor parece minha e eu mal o posso compreender...

Imagem James Tissot III